Paul McCartney voltou aos holofotes de um jeito inesperado — e provocador. O ex-Beatle anuncia o lançamento de sua primeira gravação inédita em cinco anos, mas com um conceito radical: uma faixa quase totalmente silenciosa, criada como forma de protesto contra o uso não autorizado de músicas por empresas de inteligência artificial.
A canção tem 2 minutos e 45 segundos e faz parte do lado B do LP “Is This What We Want?”, um projeto que reúne artistas engajados em denunciar a apropriação de obras criativas usadas sem autorização para treinar algoritmos de IA.
Segundo a revista Music Week, a faixa foi gravada em um estúdio praticamente vazio, trazendo apenas leves ruídos e chiados simbólicos — uma metáfora para um futuro onde a criatividade humana seria silenciada se não houver regulamentação.
Aos 83 anos, McCartney se junta a nomes como Sam Fender, Kate Bush, Hans Zimmer e Pet Shop Boys, pressionando o governo britânico para estabelecer limites no uso de músicas dentro de bancos de dados de IA.
A campanha é liderada pelo compositor Ed Newton-Rex, que critica diretamente propostas do governo do Reino Unido de flexibilizar a lei de direitos autorais para permitir a chamada “mineração de texto e dados”, algo que abriria espaço ainda maior para gigantes como OpenAI, Google e xAI utilizarem obras sem pagamento e sem negociação.
Para Paul, o alerta é urgente. Ele afirma que a falta de controle pode comprometer o futuro de novos artistas. Abre aspas: “Se a IA acabar com isso, seria algo muito triste mesmo”, declarou.
A faixa silenciosa será lançada em 8 de dezembro, e o vinil da campanha já está em pré-venda no site IsThisWhatWeWant.com.