A história da Plebe Rude, uma das bandas mais importantes do rock brasileiro, chega agora em livro. Philippe Seabra, líder e cofundador do grupo, lança a autobiografia “O Cara da Plebe”, obra que revela os bastidores da banda e sua resistência durante o período militar. Publicado pela Editora Belas Letras, o livro está disponível em edição limitada e edição comum.
Na obra, Seabra conta como a Plebe enfrentou a indústria musical e, principalmente, a censura. Um dos episódios marcantes é o veto da música “Censura”, proibida oficialmente pelo uso da palavra “porra”, mas que, segundo o autor, foi barrada pelo teor crítico que desafiava diretamente o sistema de repressão da época. Mesmo sob pressão, a banda conseguiu usar a mídia de forma estratégica para espalhar suas ideias sem abrir mão da postura contestadora.
O livro também mergulha na cena de Brasília dos anos 80 e destaca a relação de Seabra com Renato Russo, incluindo convites para que ele integrasse a Legião Urbana. A Plebe Rude, com seu som pesado e letras politizadas, influenciou fortemente a estética e o pensamento de várias bandas da capital.
E a Plebe continua fazendo história. A banda se apresentou recentemente em um show gratuito no Teatro Nacional Claudio Santoro, celebrando a reabertura do espaço e reforçando a importância do rock brasiliense. O público lotou a sala, cantou clássicos como “Até Quando Esperar” e “Censura”, e até subiu ao palco no final.
Com mais de 40 anos de estrada, Seabra mantém firme a postura de independência, resistência e crítica social. “O Cara da Plebe” é um registro forte e revelador sobre a luta pela liberdade artística e o legado de uma das bandas mais influentes do país.